terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Preguinhos 2023 - Cabeceiras de Basto

A edição deste ano da nossa tradicional volta de 26 de dezembro, a que chamamos "Preguinhos", foi no lindíssimo território de Cabeceiras de Basto.

Presentes (da esquerda para a direita): Luisinho, Fil, Mestre Luiz, Sport Vitinha, Chef S (atrás da câmara), Jonny Jumper, eu mesmo, Hugo e Pedro Lima.

Ponto de encontro, que também foi o lugar onde comemos os tradicionais pregos no pão, o Café Madanços, em Refojos de Basto, Cabeceiras de Basto.

Fica o registo de uns bons pregos, finos deliciosos e extrema simpatia do Christophe e família.
A nova máquina do Fil, onde tudo brilha, até os olhinhos do dono!
Aquela que não deixa de brilhar, haja sol, é a máquina do JJ ... 
Típica volta de metade a subir e outra metade a descer ... aqui estávamos a pouco mais de meia subida e havia que parar para tirar águas e meter ar.
Estas paragens ao sol, permitiam aquecer um pouco os corpos gelados.
Fomos presenteados com este fenómeno natural magnífico, das nuvens a cobrir as montanhas como se de uma manta se tratasse. Lindo, lindo!
(como sempre, as fotografias dão apenas uma ideia daquilo que nós lá vimos)
Recantos ...
Passamos por zonas de floresta, essencialmente de cedros e pinheiros, de uma beleza extrema.
Na realidade, este é mais um território natural fantástico para ser explorado por bicicleta de montanha, ou mesmo a pé, aqui ao lado, a pouco mais de 30 minutos de casa.
No topo da subida mais desafiante do dia, na Serra das Torrinheiras, momento de nova pausa para reabastecer e conversar um pouco debaixo de um solinho reconfortante.
Numa das passagens onde a paisagem foi mais deslumbrante, perto do marco geodésico Torrinheiras, um ponto alto com vista a Norte para as serras da Cabreira e Gerês a a Sul para toda a zona de Basto, incluindo o Monte Farinha (Sra. da Graça).
Fil não pode ver umas pedrinhas ...
Um exemplo do rico património de levadas de água, muito comum nestas paisagens da região de Basto, e que aliás, segundo dizem, foram homens daqui que construíram as famosas levadas da Ilha da Madeira.

Registo de momento de ternura entre pai e filho.
Luiz - Eu bem te ensinei, mas tu não andas um ca#&lho ...
Luisinho - Eu bem tento paisinho ... eu bem tento!

E já lá vão 16 anos, que neste dia 26 de dezembro nos juntamos para fazer a segunda coisa que gostamos mais ... andar de bicicleta de montanha a usufruir da companhia uns dos outros e das magníficas paisagens do nosso belo pais que é Portugal.

domingo, 11 de junho de 2023

XPD 2023 - Da Cabeza ao Berço

A grande aventura XPD 2023, foi nada mais, nada menos que o percurso entre a Cabeza de Manzaneda, no Parque Natural O Invernadoiro, e a cidade berço, Guimarães.

Foram 260 km em 4 dias, 5750 m de subida acumulada e 7400 m de descida acumulada, visto que a diferença de cotas entre o ponto de partida e de chegada são 1650 m.

Quem participou:

Eu mesmo ...
Mestre Luiz
Vulcão
Fil
Flecha
Filipão
Jonny Jumper
Cientista (Kitado)
Óscar, o artista da fotografia
Chef S
Sport Vitinho, a versão Rider do Sport Billy
(aquela mochila tem tudo!!!)

Quem não deixou de marcar a sua presença, e que sempre nos deixa radiantes é o nosso Pegatinas, que esperamos ansiosamente pelo seu regresso em plena forma.

Quinta-feira, dia 8 de junho
O primeiro dia foi dedicado à logística de transporte entre Guimarães e Manzaneda, e uma tarde descontraída de diversão no Bikepark.
Bem antes da hora marcada, já o Parque das Hortas estava repleto de bicicletas, capacetes, sacos e mochilas ...
O transporte foi assegurado pelo nosso parceiro de aventuras, o Hugo Leite da Dream Adventure.
Tudo bem apertado e seguimos viagem
Já na Estância de Manzaneda, repusemos os níveis com umas "cañas" e uns "bocadilhos"
Foto by Óscar
Mesmo sem os meios mecânicos a funcionar, subimos por meios próprios, e fizemos quatro descidas, uma delas com cerca de 15 km, até ao hotel em Puebla de Tribes.
Vulcão a puxar bem a frente
Sport Vitinho a voar baixinho
Em grande estilo ... só que não.
Cientista a chegar uns bons metros mais frente!
Vulcão num momento de reflexão ... ou será que o ar sério era só para a fotografia?
Ui! Quem anda aí?
Os serviços de receção do hotel foram, e muito bem, assegurados pelo "perro", uma simpatia!
Fomos jantar a um restaurante maravilhoso na aldeia de Seadur.
Uma sala de jantar escavada na rocha, lindíssima e com a cozinha à vista.
Fomos muito bem servidos pela simpática Mari e restante staff, e abrimos oficialmente a jornada dupla de costeletão.  
Deliciosa carne e os acompanhamentos.
Acompanhamos com vinhos de produção própria
Sem dúvida que queremos cá voltar.

Sexta-feira, dia 9 de junho
Verdadeiramente o primeiro dia da XDP 2023, esperavam-nos 100 km e um valente temporal, assim como que a roçar a tempestade.
Esta etapa teve uma primeira parte na crista da montanha, depois descemos o Parque Natural Invernadoiro por Noroeste até à Via Nova ou Via Romana XVIII, que ligava Bracara Augusta a Astorga, que percorremos até à Aldea Rural de Santo André, perto de Xinzo de Lima.
Esta fotografia ilustra bem o estado do tempo lá no alto dos 1800 m da Cabeza de Manzaneda.
Muita chuva e um vento gelado foi o que tivemos nos primeiros quilómetros desta etapa. Sofremos um bocado e tivemos algum stress com uma certa indisciplina no grupo, felizmente sem consequências.
Descemos mais de 17 km seguidos entre os 1580 m e os 560 m, aí o tempo melhorou significativamente e a disposição também.
Como que por obra divina chegamos à Sr. dos Milagres todos juntos e sem problemas ... por enquanto!
A paragem para o almoço e carregamento das bicicletas foi ao km 62, e o Mestre Luiz já não seguiu a pedalar.
Depois de umas entradinhas na esplanada, fomos para o interior do Assador, comer o quê? Carne grelhada!
Cá fora o tempo intercalava entre sol e períodos de chuva forte.
O resto do percurso, já na Via Nova, foi bastante mais rolante o que nos permitiu fazer médias muito perto dos 20 km/h.
Surpreendentemente plano este vale do Rio Lima!
Zona de extração de areias rolamos numa planície com mais de 26 km. Chegou a ser uma massada. 
Chegamos à Aldeia Rural!
Aqui chegados, não imaginávamos os momentos de grande tensão que o Luiz e o Hugo passaram a resolver um problema com a reserva. Mas felizmente tudo se resolveu e havia camas para todos, até havia uma de casal para os Manos Guimarães. 
A alegria d desafio superado.
Mas estávamos encharcados, nós e as máquinas 
O mau estado geral das bicicletas 
Jonny Jumper com um sorriso um tanto amarelo, de quem está a precisar de um soninho regenerador ...
Banho tomado e toca de tratar das brasas, do vinho e do chouriço ... maravilha!
Chef S assumiu o comando.
Os nossos costeletões a cair na brasa ...
Fomos brindados com um manjar dos deuses, preparado de forma sublime pelo nosso Amigo Chef S, que fez um risoto de cogumelos para acompanhar os costeletões.
Fica aqui um agradecimento muito especial ao Sérgio, pelo trabalho e dedicação.
Antes de recolher aos quartos, ainda fomos caminhar pela aldeia para relaxar os músculos e fazer a digestão.

Sábado, dia 10 de junho
Segunda etapa, 83 km entre Aldea Rural de Santo André e Campo do Gerês, essencialmente pela Via Nova com passagem pelas Minas das Sombras.
Depois de um bom pequeno almoço servido pelo simpático casal que gere o alojamento, seguimos caminho. O sol brilhava, parece que a tempestade tinha efetivamente passado ...
Percorremos zonas da via romana belíssimas de floresta autóctone.
Fil, e todos nós, estávamos encantados com a paisagem
Houve que recorresse a acessórios muito criativos para poder calçar as sapatilhas ainda encharcadas do dia anterior
Rolamos vários quilómetros envolvidos nesta paisagem fabulosa 
O ar de felicidade dos irmãos depois de uma noite que dormiram bem juntinhos ... e do emplastro!
E aqui começaram os problemas mecânicos, a bicicleta do Luiz só aceitava o modo "Turbo" e o cabo do meu espigão partiu. 
Chef S além dos dotes culinários também é um excelente mecânico, e uns bons minutos depois lá seguimos viagem com o problema resolvido
Estacionamento 
Momento de hesitação, aliás o único em toda a viagem, onde tivemos de fazer um pouco de corta mato para retomar o trilho 
Entre silvas e fetos conseguimos passar
Flecha e Vulcão
Chef S
Depois do corta mato um passeio junto à água já muito próximo dos balneários romanos de Bande
Tempo ainda para uma sessão de saltos. Fil
Flecha
Balneários Romanos de Bande. Um espólio impressionante.
A satisfação já era bem visível na cara de todos
Mas os problemas mecânicos agravaram-se, a minha bicicleta desligou-se e não ligou mais. Ainda trocamos as pilhas do comando, mas a humidade estava a provocar um curto circuito que não conseguimos resolver.
A bicicleta do Luiz resolve ter a mesma atitude, e assim ficamos com menos duas máquinas.
Numa atitude de um altruísmo louvável e puro, o Óscar decide passar para a carrinha e cedeu-me a sua bicicleta para eu pudesse continuar a guiar o grupo.
Fica aqui um agradecimento muito especial ao Óscar por esta atitude.
Flecha no início da descida das Minas das Sombras.
Para chegar até aqui tivemos de sair da Via Nova, subir da cota 360 m à 1047 m durante 13,7 km.
Esta descida é brutal!
Muito dura, muitas pedras, precipícios, travessias de regatos, etc. Mas muito, muito boa! 
Ponte sobre a Ribeira de Vilameá, quase no filal da descida
A seguir a esta ponte deixamos a dureza das pedras e passamos a uma secção mais rápida e divertida até perto de Los Baños.
Apesar desta descida ser a sua cara, o Luiz não usufruiu ... faltou-lhe a sua Trek roda 29'' 
Eu, Fil e Sport Vitinho já na Geira, ou seja a parte Portuguesa da Via Nova em pleno Parque Nacional Peneda Gerês.
Não terminamos o dia sem mais um problema. Desta vez mais fácil de resolver, um simples furo.
A carinha de contente do menino ...
Chegamos à Pousada da Juventude do Gerês, e fomos presenteados com umas cervejas geladinhas.
Obrigado Luiz.
Momentos fofos e carinhosos
Jantar simpático, para cortar o excesso de carne. Umas pataniscas de bacalhau muito boas.

Domingo, dia 11 de junho
Claramente a etapa mais de enduro, fizemos 45 km, entre o Campo do Gerês e Sto. Emilião, Guimarães, com passagem em Sta. Isabel.
Nesta etapa retomamos o grupo completo graças à colaboração do Paulo que além do grande favor em me emprestar a bicicleta ainda teve o trabalho de a levar ao Gerês.
Fica aqui também um agradecimento ao Paulo, pela generosidade e desapego. 
Patamar intermédio na dura subida para Sta. Isabel.
Aqui já sem o Luiz, que por nova avaria teve de abandonar e seguir na carrinha.
Finalmente o sol!
Segunda parte da subida tivemos a companhia de uma cavalaria
Paisagens e trilhos fantásticos 


Nada e dizer ...
Neste último dia até deu para andar de manga curta ...
Jonny Jumper, Óscar e Flecha
Uoooohooo!
Uma das muitas zonas técnicas do dia
Sport Vitinha 
Fil, a serrar os dentes 
Momentos selfies ... Vulcão e Flecha
Vulcão e Óscar
Momentos recorrentes da XPD proporcionados pelo Sport Vitinha: a caixa de croissants e o reaperto dos clits
Fantástico!
Cientista, Sport Vitinha e Flecha
Outra passagem técnica do dia
Um pequeno briefing ao que iríamos descer, ou seja da cota 902 m à 60 m ...
Foto de grupo junto ao marco geodésico de Sta. Isabel, na Serra com o mesmo nome
Agora com o Vulcão.
Seguiu-se uma descida com 10 km até ao Rio Cávado entre Santa Maria de Bouro e Friande
Vulcão no açude onde passamos o Rio Cávado
Passamos mesmo por dentro de um moinho
Pequeno contra tempo, com umas árvores tombadas e depois tivemos uma longa subida até Calvos, Póvoa de Lanhoso.
Terminamos num excelente convívio acompanhado de um delicioso bacalhau na brasa em Sto Emilião, Guimarães, ou seja, fechamos em beleza!

Encerro a "crónica" com esta magnifica foto (mais uma do Óscar), não deixando de referir que XPD é sinónimo de sofrimento, esfoço físico e superação.
Só o verdadeiro espírito de amizade e de entreajuda é que tornam possível uma aventura destas, e a edição de 2023 deu bem provas disso.
Muito obrigado a todos!

Nota: fica a promessa de repetirmos a etapa final, mas terá de ser uma réplica fiel, ou seja com bacalhau na brasa incluído.